(Lc 11. 9-13)
INTRODUÇÃO:
Há
uma preciosa experiência que o Senhor provê para o seu povo, e sobre ela vamos
aprender com muito entusiasmo hoje;
Que
experiência tão importante seria esta? Para quem é essa experiência? Qual o
sinal de que eu a recebi?
Vamos
observar a necessidade que há de buscar esta experiência e vincular esta busca
à oração, tanto no evangelho de Lucas como no livro de Atos dos Apóstolos.
I – O ENSINO DA EXPERIÊNCIA DO
ESPÍRITO PARA A IGREJA PRIMITIVA E PARA NÓS HOJE:
Lucas
ao escrever tanto o evangelho quanto o livro de Atos assim o fez na
intenção de instruir um grego recém convertido chamado Teófilo (que traduzido
quer dizer “amigo de Deus”) acerca das coisas que entre eles “se cumpriram” (Lc
1. 1-5). Isso se deu entre os anos de 60
a 65.
Sendo
endereçada primeiramente a Teófilo, as duas perícopes foram posteriormente
usadas como fonte de confirmação do cristianismo primitivo pelas igrejas da
época.
Lucas
através de seus escritos tem a intenção de descrever pelo menos três coisas:
a. As obras de Jesus através do Espírito: Ele vai narrar seus milagres como sendo decorrentes da plenitude do Espírito a partir de seu batismo (Lc 4. 14). Lucas vai nos ensinar que o que Jesus fez foi como homem ungido e revestido pelo Espírito (At 10.38).
b. Os ensinos de Jesus aos seus discípulos: Como sendo Jesus o cabeça da Igreja e sua eterna fonte na salvação, vemos através das palavras dele descritas por Lucas ensino autoritativo para a Igreja de todas as épocas e eras até sua volta.
c. As obras e os ensinos de Jesus por intermédio do seu Espírito através da sua Igreja: Em Atos temos a continuação do ministério de Jesus, só que nesta feita, através de sua igreja, primariamente por intermédio de seus santos apóstolos e posteriormente pelos seus discípulos em geral. Podemos ter esta noção a partir de At 1.1.
Dos escritos de Lucas (Lucas e Atos dos Apóstolos) podemos tirar textos que servem de base para várias doutrinas centrais da fé cristã, quais sejam:
a.
Onipotência de Deus (Lc 1. 37);
b.
Nascimento virginal de Jesus Cristo (Lc 1.
26-38);
c.
Messianidade de Jesus (Lc 4. 17-21);
d.
Doutrina sobre o jejum (Lc 5. 33-39);
e.
Soberania de Jesus em relação ao sábado (Lc 6.
1-5);
f.
Sermão do monte (Lc 6. 17-49);
g.
A humanidade de Jesus (Lc 8. 23);
h.
Chamado salvífico (Lc 9. 23);
i.
O amor salvífico de Jesus (Lc 19. 10);
j.
A crucificação (Lc 23. 33-48);
k.
A ressureição de Jesus (Lc 24. 1-12);
l.
A grande comissão (At 1.8);
m.
O retorno de Jesus em glória (At 1. 11);
n.
A suficiência de Jesus na salvação (At 4.12);
o.
A divindade do Espírito Santo (At 5.3-4);
p.
A instituição dos diáconos (At 6. 1-6).
Temos aqui algumas doutrinas, mas através de uma investigação minunciosa poderíamos encontrar tantos outros textos que corroboram no entendimento de tantas outras doutrinas bíblicas. Mas não é minha intenção com este artigo isso, fiquemos apenas com estes exemplos para entender que os escritos Lucanos também servem para doutrinar.
No entanto, minha intenção é mostrar que assim como utilizar Lucas/Atos para fortalecer doutrinas como as tais que citamos, podemos também para embasar a doutrina Pentecostal. Lucas vai falar sobre a experiência do Espírito em seu caráter carismático de revestimento de poder e capacitação pelo menos 40 vezes, enquanto que Paulo apenas uma vez em Ef 5.18, nos dando maior base para tratar da pessoa e obra carismática e capacitadora do Espírito.
Então, podemos compreender que o
que Lucas escreve sobre o Espírito, fazia parte da crença comum da Igreja do
primeiro século.
Principais
textos que falam do batismo no Espírito Santo e as múltiplas expressões usadas
por Lucas para designar tal experiência:
a.
“A promessa do pai”: Lc 24. 49;
b.
“Revestidos de poder”: Lc 24. 49;
c.
“Batizados com o Espírito Santo”: At 1. 5;
d.
“Recebereis a virtude/ poder”: At 1. 8;
e.
“Cheios do Espírito Santo”: At 2. 4
f.
“Derramar do Espírito”: At 2. 17;
g.
“Derramar a promessa”: At 2. 33;
h.
“O dom do Espírito”: At 2. 38;
i.
“A promessa”: At 2. 39;
j.
“Receber o Espírito”: At 8. 15;
k.
“O Espírito descer”: At 8. 16;
l.
“Cheio do Espírito”: At 9. 17;
m.
“Caiu o Espírito”: At 10. 44;
n.
“dom derramado”: At 10. 45;
o.
“Cair o Espírito sobre”: At 11. 15;
p.
“Batizados com o Espírito”: At 11. 16;
q.
“Receber o Espírito quando crer”: At 19. 2;
r.
“O Espírito veio sobre”: At 19. 6.
Através destes textos podemos ver que cada uma destas expressões estão intimamente atreladas a uma única experiência, que é justamente a que Jesus havia instruído os seus discípulos, a qual Lucas descreve em At 1. 5, chamada numa forma substantivada de Batismo no Espírito Santo.
II – UMA EXPERIÊNCIA PARA OS
FILHOS
Entendido
que aquilo que Lucas ensina tem valor didático e doutrinário também para nós
hoje, vamos aprender sobre a Obra do Espírito neste evangelho e em Atos.
É
ensino comum nos evangelhos, e também em Lucas, a oração modelo. E nela o
Senhor Jesus instrui aos discípulos a se direcionarem a Deus chamando-o de
“Pai”. Mostrando que há uma paternidade/filiação entre Deus e aqueles que o
servem, conforme Lc 11. 2. Logo, ele ensina que a oração genuína é feita pelos
filhos ao Pai que está nos céus.
Desde
a experiência inicial de Jesus no Espírito veremos que há uma conexão entre o
enchimento capacitador do Espírito com a oração (Lc 3. 21-22);
No
batismo de Jesus veremos que o Espírito desce sobre o filho, mostrando que
Jesus mesmo nascido do Espírito (Lc 1.35) lhe era necessário ser cheio e
revestido do Espírito (At 10.38). E isso ocorre tendo orado.
Logo,
quando temos Lucas reproduzindo o ensino de Jesus sobre a oração em Lc 11. 13
temo-lo, incentivando aos seus leitores a buscarem o batismo no Espírito
através da oração e petição insistente ao Pai. A
experiência que Lucas trata é uma experiência semelhante a de Jesus no seu
batismo por João. É uma experiência para os filhos, pois ele diz que “o Pai
dará o Espírito Santo aos que lho pedirem”. Logo a quem ele faz referência de
petição? Aos filhos!
Portanto,
esta experiência não se trata de uma ação regeneradora do Espírito como em João
3.5, pois os que devem pedir por ela já são filhos, e como tal, renascidos e de
novo gerados. Se
você é filho de Deus, pode pedir que ele lhes suprirá abundantemente com o
Espírito.
Foi
assim que ocorreu em At 2. 4. Os discípulos estavam perseverantes em oração (At
1.14) e receberam a experiência do Espírito. Em At 4.31, os discípulos tendo
orado foram cheios do Espírito. Em samaria os apóstolos oravam para que os
samaritanos recebessem a experiência do Espírito (At 8.15) e em At 9. 17 foi em
resposta à oração que Saulo tornou a ver e foi cheio do Espírito Santo.
III – UMA EXPERIÊNCIA DE JÚBILO
Lucas
sempre em conexão ao recebimento do poder do Espírito ele vai vincular
atividades carismáticas, ou seja, dons são relacionados.
O batismo com o Espírito Santo é um
revestimento de poder do Alto, com a evidência física e inicial de falar em
outras línguas, conforme o Espírito Santo conceda pela sua instrumentalidade.
Esta evidência do batismo é notória em
todos os exemplos bíblicos onde há concessão de poder do alto. Em pentecostes
(At 2. 4), em Samaria (At 8. 14-17) embora não seja explícito no texto que eles
falaram em línguas, estudiosos das Escrituras admitem que sem esta evidencia os
apóstolos não saberiam de fato se eles teriam recebido ou não o batismo com o
Espírito Santo, e até por que também a bíblia diz que “Simão, vendo que pela imposição das mãos dos
apóstolos era dado o Espírito Santo lhes ofereceu dinheiro” (At 8. 18).
Raciocinemos pois, o quê ele viu? Certamente o mesmo sinal descrito no restante do livro
de Atos, línguas estranhas.
Sobre Saulo em Damasco também é
possível esta manifestação pois em Atos 9. 17-18 diz que Saulo foi “cheio do
Espírito Santo” e mais tarde em 1 Co 14. 18 ele diz: “falo mais em línguas do
que todos vós.” Ele não estava falando de idiomas, e sim de línguas que provém
do espírito humano (1 Co 14. 2), impulsionado pelo Espírito de Deus (1 Co 14.
14; At 2. 4).
Sobre os irmãos na casa de Cornélio
vemos a mesma manifestação, e Pedro ficou pasmado pela forma em que o Espírito
veio sobre eles (At 10. 45-46; 11. 15-17). Eles falavam em línguas e magnificavam
a Deus. Sobre os discípulos em Éfeso da mesma
forma, após mais ou menos vinte anos após o pentecostes, ele receberam o
cumprimento da promessa, e falavam em línguas e profetizavam (At. 19. 6).
CONCLUSÃO
Nós aprendemos pela palavra que o
Senhor deseja que busquemos esta tão maravilhosa promessa da experiência do
Espírito, pois somente através do Poder do Espírito Santo é que poderemos
cumprir do mesmo modo que a igreja primitiva cumpriu, o propósito de Deus para nossa geração.
Portanto, busquemos, peçamos e
batamos na porta da graça até que “seja derramado sobre nós o Espírito lá do
alto” (Is 32. 15).
Não se contente com nada menos do que a poderosa unção do Espírito sobre você. Ele deseja lhe inundar e ativar em ti os seus dons. É através da oração e busca sincera que o Espírito vem atuar sobre corações sedentos.
Sem medo de receber alguma outra coisa, pois a promessa é que se pedirmos o Espírito ele não nos dará uma escorpião ou uma cobra, peça ao Senhor para lhe encher do seu poder. A unção já está aí. Receba em nome de Jesus!
Vem Espírito Santo! Sopra sobre este servo de Deus!